domingo, 9 de julho de 2023

A mercadoria

Eu transava com uma puta. Acertamos que ela me visitaria todas as quintas-feiras. Ela era mais velha e usava um perfume insuportável. Às vezes o talco que ela passava no pescoço e debaixo do braço misturava-se ao suor, e após endurecer, formava vários registros indecifráveis no seu corpo. Nós brigávamos por motivos fúteis, mas eu sempre relevava, pois, um homem solitário, sem as duas pernas e a mão esquerda, não tem o direito de exigir nada, nem de uma mercadoria que é paga para servi-lo.

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