O casal era um. Tinham afinidades
intelectuais, corriqueiras, afetivas, sexuais, e viviam num Olimpo. Isso é
importante dizer: viviam num Olimpo e ninguém os afetavam.
Isso
durou muito tempo, por muitos anos, mas cumplicidade, felicidade, alegria,
nunca são eternos. Estão sempre se reciclando, mostrando-nos a que viemos,
mostrando-nos que se vivermos eternamente num paraíso, não evoluiremos, não
alcançaremos os níveis mais elevados, não acumularemos riquezas e objetos como
todos fazem.
Então toda a cumplicidade que o casal alcançou por mérito próprio, por terem sensibilidade e disposição para a felicidade, terminou em uma grande confusão, onde imperou o ódio, o ciúme a inveja, o egoísmo, e agora seus filhos, já casados, vivem num olimpo e ninguém é capaz de afetá-los.
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