O Braço
Foi uma brusca freada, e eu, da varanda, de rosto franzido e
olhos fechados, esperei por intermináveis segundos até que o carro parasse, e
justamente nessa hora, ouvi um barulho seco, compacto, vindo do telhado, como
se um saco de farinha tivesse sido jogado ali. Olhei para cima e do lugar onde
me encontrava vi apenas alguns dedos transpondo a quina da calha. Peguei
rapidamente a escada e subi, na tentativa de salvar aquela criatura, porém, em
cima do telhado só havia um braço acompanhando aqueles dedos inertes.
Desesperado, olhei para a rua e gritei, chamando as pessoas que pareciam procurar algo ao redor de um corpo já coberto com folhas de jornal.
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